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São Vicente / SP , 14 de março de 2025.
Quanto mais pessoas divulgarem, outras salvarem e também divulgarem, mais as imagens e acontecimentos históricos serão preservados. Aqui, minha contribuição e das fontes colaboradoras para que isso aconteça. – Jorge S. Filho
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29/01/2017
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A CENTENÁRIA ESCOLA DO POVO
A “Escola do Povo” foi fundada em 10 de agosto de 1883 como se deduz pelo ofício de sua secretaria de 6 de junho de 1893, ao Diretor J. de C. B. Pereira das Neves, Inspetor Literário Municipal de São Vicente.
Sabe-se, através da Poliantéia Vicentina do dinâmico Dr. Fernando Martins Lichti, que a “Escola do Povo”, nos seus primórdios, funcionava no Largo Baptista Pereira, hoje Praça João Pessoa. Depois, mudou-se para a Rua XV de Novembro.
Em ofício de 1890, a Secretaria da “Escola do Povo” a Câmara Municipal de São Vicente, comunica a mudança, no domingo de 1º de junho próximo, das aulas de sua antiga sede social para o novo Edifício, à Praça Coronel Lopes.
Em Ofício de 30 de agosto de 1893, da secretaria da “Escola do Povo”, a diretora convida o Sr. Presidente e demais vereadores da Câmara Municipal de São Vicente, à inauguração do ensino primário em suas aulas no domingo 3 de setembro, às 6:30 horas da tarde.
Em abril de 1898, por ofício à Câmara Municipal de São Vicente, a Secretaria da “Escola do Povo”, solicita a cessão de uma área de terreno, que especifica, para a ampliação das dependências do edifício da escola, permitindo a construção de residências aos professores, aumentando dessa forma o patrimônio material da escola.
E hoje, agora, o que vemos ? A tradicional e histórica “Escola do Povo”, orgulho do povo vicentino, onde várias gerações de estudantes que por ali passaram  estar transformada simplesmente em um setor burocrático da Secretaria Estadual de Educação. Ao invés do movimento alegre e irrequieto da garotada estudantil e o apego dos mestres, formadores pelo seu trabalho educacional e cultural dos futuros cidadãos brasileiros, a “Escola do Povo” está muda.

 
No ano de 2001, o nosso “Grupão”, a nossa “Escola do Povo”, a Escola de Ensino Fundamental “Professora Zina de Castro Bicudo”, construída pela comunidade maçônica em 1893, que foi responsável pelo ensino de muitas gerações vicentinas, representando a memória de tantos diretores, professores e alunos que por ali passaram.
O “Grupão”, que funcionou até 2001, foi sempre a memória viva da escolaridade no município. Milhares de vicentinos tinham o orgulho de dizer “Eu estudei no Grupão”.
A “Escola do Povo” deixou de ser um referencial de educação para ser transformada acintosamente, numa simples repartição do Estado, uma Diretoria Regional do Ensino.
Por que o Estado cometeu esse crime ? Para economizar alguns milhares de reais, deixando de construir um prédio próprio para essa função administrativa, ou mesmo de alugá-lo como vinha fazendo durante tantos anos, em verdade, com aluguéis pagos pela Prefeitura Vicentina.
Foi uma resolução simplista e desrespeitosa à memória da “Cellula Mater”. Indignados, como vigilantes da memória vicentina, estranhamos que o Governador do Estado tenha se omitido (a menos que desconheça esse fato, esse ato de violência), e que em sua administração tenha permitido esse crime de lesa história, desativando, em São Vicente, sua primeira escola, remanescente, seu verdadeiro louvor à memória escolar vicentina, evocação a tantos educadores e alunos que por ali deixaram parte de suas vidas.
A velha “Escola do Povo” não existe mais, agora é apenas mais uma Diretoria de Ensino, uma simples repartição burocrática.
A comunidade maçônica que a construiu (Loja Maçônica Fraternidade de Santos) e doou o prédio e as instalações ao Estado, por volta de 1913, com o fim específico de manter a escola em funcionamento, deveria ter se manifestado junto ao Governador Geraldo Alckmin, protestando pela descaracterização da escola, violando a finalidade única da doação, de ali manter a “Escola do Povo”, pelo povo e para o povo.
O velho, querido e tradicional “Grupão, padrão de ensino dos antigos 1º e 2º Graus da Baixada Santista, a mais antiga escola pública remanescente, da região, deixou de existir menosprezando a história vicentina na área da “educação”, sem que alguém protestasse contra essa violência”.
A “Escola do Povo”, em 1900, foi sede das comemorações oficiais dos 400 anos da descoberta do Brasil em São Vicente. Era central dos grandes eventos cívicos da época.
Em 1993, o “Grupão” reuniu ex-professores e alunos, para comemorar o seu centenário, com muita emoção e saudade em festividades que evocaram o idealismo, o trabalho, a persistência e as dificuldades superadas pela sua grei (sociedade).
 
A Escola Estadual de 1º e 2º Graus “Professora Zina de Castro Bicudo”, a velha “Escola do Povo”, o querido e popular “Grupão”, como era carinhosamente chamado, agora passou à memória perene da gente vicentina.
O Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente lamentou seu melancólico fim, consignando o seu veemente protesto!

Fonte: Boletins do IHGSV


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