RETROSPECTO DO TRANSPORTE NA REGIÃO
Passado o tempo do bonde puxado a burros, do trem dos Emmerick e do bonde elétrico, tívemos a SMTC (depois CMTC) em Santos
que eram as empresas do transporte municipal, mas, a real é que acabaram virando cabides de empregos eleitoreiros e foram à insolvência.
Simultâneamente tínhamos o transporte entre Santos e São Vicente, depois para Praia Grande e Cubatão pela VSSVLSA que alterou-se para VSSLL, que contou até com ônibus Papa–Filas servindo muito bem à população cujos veículos estiveram sempre limpos e principalmente, inquebráveis.

Um ranço dessa época que persiste aos dias de hoje é do preço da passagem do intermunicipal custar um pouco mais que o municipal de Santos para não concorrer com este e causar perda de arrecadação, embora hoje, os dois serviços sejam prestados pela mesma empresa.
Os amarelinhos foram comprados pelo grupo da Viação Piracicabana e seus antigos donos se instalaram no município do Guarujá fundando lá a Translitoral.
A Piracicabana, que nunca primou por bons serviços, na década de 90 assumiu plenamente o municipal em Santos, exceto em alguns morros (só possíveis às vans). Paralelamente, São Vicente chegou a ter uma empresa de transporte municipal que operou por pouco tempo pois seu proprietário foi "convidado" a desistir do negócio.
Em meados da década de 90 começaram Bestas e Kombis a transportar passageiros de São Vicente para Santos. Foi a época de ouro para o transporte entre as duas cidades; tanta fartura de ônibus e peruas tornava difícil escolher entre um e outro. Essa maravilha terminou com ordem do prefeito de Santos na época, Beto Mansur que, “cumprindo lei”, ordenou ao Presidente da CET de Santos João Tavares Papa, que guinchasse as peruas que invadissem Santos praticando esse serviço e assim foi feito e, com isso, tal prerrogativa de transporte tão boa entre as duas cidades foi extinta.
Em São Vicente, o prefeito da ocasião, Márcio França, além de não cumprir a "lei”, mandou legalizar (que foi muito bom) o transporte público operado pelas peruas e, é hoje o melhor da região pois está em serviço 24 horas por dia, seja útil, carnaval, sábado, domingo, Natal, Ano Novo, Finados, etc.
Ainda na década de 90 começou o monopólio do grupo atual da qual fizeram parte Viação Piracicabana, Executiva, Transporte Metropolitano e Breda. Segundo funcionários indagados do então Expresso Metropolitano, a licitação na década de 90 para o transporte municipal em Santos se deu entre as três primeiras empresas do mesmo grupo, citadas acima. Confirmação de tal fato só verificando-se na Prefeitura de Santos quais foram as empresas que apresentaram propostas e consequentemente à Junta Comercial verificando-se seu(s) proprietário)s).
Por outro lado tínhamos também nessa época, a Viação Marazul

partindo de Santos para a área continental de São Vicente (eram os famosos Diabos Verdes) cujos motoristas só andavam de pé embaixo. Infelizmente o grupo atual conseguiu também licença para o transporte à área continental de São Vicente e, com a colocação de tantos ônibus nas linhas, acabou sufocando e encampando a Marazul, ficando então o grupo atual fazendo o transporte intermunicipal e também o municipal de Santos, Praia Grande e Cubatão.
Cubatão rescindiu contrato com essa empresa em virtude da pontual geral e notória má prestação dos serviços.
Com o monopólio estabelecido, a execução dos serviços pela atual operadora passou a ser unilateral, da forma que bem entende, sem dar satisfação a ninguém nem mesmo à imprensa quando a questionava e a questiona os serviços de tempos em tempos.
O transporte que existia por trens, para a área continental era o alívio para o grosso da população, embora os trens transitassem sempre cheios, foram reinventados com o nome de TIM e a "modernidade" do governo do Orestes Quércia fez com que as composições passassem a ter um vagão a menos, ou seja, de 4 cheios para 3 abarrotados; uma reestruturação que foi um verdadeiro presente de grego.



Na administração do Márcio França chegou a sair manchete de declaração sua no Jornal A Tribuna que dizia: "SIM, SÃO VICENTE TERÁ SISTEMA AQUAVIÁRIO". Posteriormente, Tércio Garcia deu a mesma notícia após seu retorno de uma viagem a portos da Holanda no Jornal da TV Tribuna. Embora manifestadas boas intenções, provavelmente deram a notícia sem se inteirarem que seriam necessários muitos investimentos em dragagens para implantação desse modal, pois o Mar Pequeno na região da Cidade Náutica para a frente, tem lâmina d’água de apenas 10 centímetros na maré baixa, portanto, ruim até para canoas.
Mesmo que houvesse profundidade adequada, a empresa monopolista do transporte público na região, se manifestou na época não concordar com esse transporte (logicamente porque lhe faria também concorrência e perda de lucro).
Após o trem, veio a idéia do almejado VLT (que quase foi VLP) por insistência do secretário de estado Jurandir Fernandes pois, VLP é mais parecido com BRT e, nessa conversa foram gastos anos.
Enquanto isso, em São Vicente as Vans funcionam (embora uma ou outra queixa), com o melhor transporte municipal regional). Quem reclama das lotações não conhece as disponibilidades de transportes nos outros municípios.
Se houvesse reaproveitamento do ramal já existente da Sorocabana, com muito menos investimentos, trens já poderiam estar rodando há muito tempo talvez até Peruíbe e em um novo ramal de Samaritá ao Humaitá onde também há espaço para isso ao lado da pista marginal da estrada Pedro Taques como sempre foi anseio da população desses bairros.
Acontece que, o que é julgado ser melhor para nós, é arte de pessoas nomeadas, sem compromisso algum com o bem estar do povo, em gabinetes lá em São Paulo, sem que tenham idéia nem de longe o que são as realidades das nossas demandas. Notem-se exemplos mais recentes obras de "infraestrutura" (viadutos) da rodovia dos Imigrantes em São Vicente e o viaduto do Casqueiro em Cubatão, em desacordo com as necessidades; então, as emendas são piores que os sonetos.
Péssima também foi a mudança do projeto da pista descendente da Rodovia dos Imigrantes que, com alteração do original para o atual, redundou em um acentuado declive com seus imensos túneis que não permite o trânsito de caminhões que transportam o progresso e dos ônibus que transportam as massas, cujo pedágio para sua implementação foi pago por todos. Portanto, construiu-se uma estrada que não serve para promover o progresso nem transportar as massas e sim o luxo para os automóveis pois tornou-se uma pista exclusiva deles, ou seja, uma estrada unica e especificamente para o lazer.

Outro presente de grego para a população é a invenção do SIM (Sistema Integrado Metropolitano) pelos famosos engravatados dos gabinetes da EMTU em São Paulo.
Se houvessem os trens circulando novamente, os outros modais iriam se adequar gradativamente ao trem, sem o trauma de uma mudança radical a toque de caixa.
Pois bem, VLT em vez do trem, ótimo, mas, o custo e a implantação muito maior é fato que acontece desde o início do projeto. Na hora que o SIM for para valer, (a população, sempre refém da empresa monopolista que mais parece uma coligada da EMTU pois faz o que quer com o serviço público na região), causará um retrocesso no transporte, com o ressurgimento até das vans noturnas autônomas que serão a salvação da pátria aos perdidos nas noites ou ainda apelar para o Uber e Corujão quem puder, pois, VLT vai funcionar somente até as 23:30h. Tirar carros da rua anda cada vez mais ao contrário.
O transporte público para ser eficiente, tem que ser estatal (desde que não vire cabide de emprego). Sendo estatal não há a preocupação do lucro predatório; haveriam os modais em suas linhas em todos os horários, inclusive na madrugada, sem redução significativa em sábados, domingos e feriados.
Quando as “autoridades” se dispõe atender a algum anseio da população, com certeza não é para resolver plenamente a questão principal pois em câmara alguma, municipal, estadual ou federal, não existe a Bancada do Povo. O governo quer é iniciar o projeto de qualquer jeito para sair bem nas fotos para a reeleição ou apoio do candidato de situação e gasta-se dinheiro com o faz e refaz infinito sem uma solução definitiva satisfatória.
Não é por falta de sugestão como esta abaixo, postada no facebook, e enviada aos políticos da região e mesmo à EMTU que as coisas acontecem:
mas, deu nisso
Então, voltando ao VLT, cujo transporte teria melhor resultado se já em princípio, se estendesse até o Humaitá na área continental de São Vicente e Solemar na Praia Grande, resumiu-se a um pequeno trajeto, da Vila Margarida em São Vicente até o porto em Santos.
Foi feita licitação pelo governo do estado para construção desse acanhado ramal QUE ATRAIU O INTERESSE DE EMPRESA NENHUMA. Então o governo do estado bancou a obra (com nosso dinheiro é claro) para depois licitar qual seria a empresa operadora do modal. Entretanto, desde a insistência de VLP em vez de VLT, já se esperava que “as contas de chegar" favorecessem ao grupo atual (agora BR Mobilidade) que operava originalmente o transporte rodoviário e ainda na década de 90 passou a explorar também o aeroviário com a GOL, e conseguisse agora o ferroviário com o VLT, pois, como previsto, a operação desse transporte “caiu em seu colo”. Na licitação para operação do modal VLT, apresentaram propostas uma empresa desconhecida somente para constar que houve concorrência mais a BR Mobilidade e esta ganhou conforme se sabe e se previa..


Acontece que existem leis não escritas, mas que são fielmente obedecidas tal qual: "Onde um empresário de ônibus está, outro não entra". Não é estranho quando há licitação para o transporte, empresas retirarem os editais mas não apresentarem propostas ? São do setor privado mas, não querem ganhar dinheiro ! ?
Da década de 90 para cá, não lembro de licitação para o transporte interurbano na Baixada Santista, só de aditivos de prorrogação. Tal licitação, teria que ser pela região metropolitana daqui, Condesb ou coisa que o valha, não pelos engravatados da EMTU em São Paulo.
Conclusão; Enquanto não houver um outro meio de transporte fora das garras da empresa monopolista, jamais teremos uma concorrência pelo usuário com melhoria e barateamento dos serviços.
Esses "contratinhos" da EMTU tem a duração de 20, 30 anos.
JSF
Oportunamente, correrá risco também o transporte marítimo entre Santos e Vicente de Carvalho de ter o mesmo destino.
Geralmente as licitações, dependendo dos "interesses" de quem as elabora, podem conter exigências e obrigações que peneiram empresas interessadas e com isso, pode sobrar apenas uma. Se fossem empresas diferentes operando os sistemas, uma poderia cobrar a outra por maus serviços, mas . . .
Na implantação do ramal do VLT entre os canais 1 e Av. Ana Costa em Santos existe a discussão se seria pela ferrovia, ou para o meio da Av. Francisco Glicério afirmando as "autoridades" que assim estava nos conformes do licenciamento do projeto.
(Slides da audiência pública em 2009 conforme abaixo)
Algumas imagens dos slides dessa audiência:
(Diga-se de passagem, foi uma audiência que demorou muitissimo para começar e quando começou, logo acabou, tipo Vapt-Vupt. Serviu apenas para cumprir o protocolo de que houve audiência pública para o assunto).
O grupo monopolista do transporte público intermunicipal na região, municipais em Praia Grande e Santos, embora eternamente alvo de queixas da população tem o contraditório disto que é de ser queridíssimo dos prefeitos desde a década de 90 nos municipais, do secretário e governador do estado no intermunicipal.
Abaixo, exemplos de algumas "proezas" implantadas ao longo do tempo até então sem remédio e sem juíz para resolver isso:
É evidente que, com menos bancos duplos, sobram mais espaços para transportar mais passageiros de pé e, consequentemente menos ônibus nas linhas.
Já houve fiscalização pelo MP a fim de apurar se nos "seletivos" passageiros eram transportados de pé. O MP constatou que sim e no dia seguinte a empresa regularizou, mas, o MP não fiscaliza 365 dias por ano, então . . .
Dúvidas ? Quem tiver, é só entrevistar algum usuário do dia-a-dia para saber como funciona esse serviço.
A transgressão do parágrafo segundo acima, se dá diariamente pela manhã e à tarde nos dias úteis. Então, o serviço não é seletivo, é comum e deveria ser executado por ônibus urbanos comuns de duas portas e micros também de duas portas conforme os da mesma empresa utilizados em Santos (abaixo) e, consequentemente, o preço da tarifa, teria que ser o piso cobrado no transporte intermunicipal.
Nos ônibus, a operadora implantou o motorista cobrador e para isso, ofereceu a eles uns trocados a mais para acumular essa função. Pratica horários de sábados e domingos com muito menos ônibus. "Carnificina" nos horários de rush e fora desses horários, sem ônibus pois são recolhidos às garagens, e assim caminha a humanidade daqui.
Vidros fixos em nossa região que é de calor intenso. No caso dos vidros fixos, é lei que assim deva ser, mas, essa lei favorece somente ao empresário e teria que ser mudada. No entanto, dificilmente isso possa acontecer em virtude de não existirem nas câmaras, Bancadas do Povo.
Ainda pendente:
Estudo vai dizer se é viável usar o transporte pelos rios.
Fonte: A Tribuna Digital, Mar/2012 (
www.atribuna.com.br)
A Tribuna Santos, domingo 18 de março de 2012 – Local (A-4 e A-5)
Ideia é criar um sistema hidroviário integrado para levar pessoas e cargas, além de mostrar as belezas naturais
Alcione Herzog
Da Redação
Navegar é preciso, já dizia Fernando Pessoa (1888-1935), no início do século passado, em referência à condição humana e aos exploradores portugueses que desbravaram os mares.
Quase 100 anos depois, do outro lado do Atlântico, mais precisamente na Baixada Santista, a frase do escritor lusitano nunca soou tão atual. Há pelo menos dois anos, autoridades da região e dos governos estadual e federal tentam encontrar um modo de aproveitar as vantagens da geografia local com seus vários rios e braços de mar.
O objetivo é criar um sistema hidroviário integrado e sustentável para promover transporte público de passageiros, movimentar cargas e fomentar o turismo na região.
Por enquanto, os trâmites estão em estágio inicial e nada de prático foi feito. O que há de certo é que o Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb) investirá na contratação de um estudo de viabilidades técnica, econômica e ambiental sobre o assunto.
Para isso, foi criada, em maio de 2011, a Câmara Temática Especial do Sistema Hidroviário Regional no Condesb. No ano anterior, a Codesp elaborou e apresentou um relatório sobre as vocações e necessidades de melhoramentos dos 200 quilômetros de rios.
Durante dois dias, A Tribuna percorreu cerca de 50 quilômetros de rios e canais que podem servir de hidrovias. No dia 9, a equipe navegou o Rio Casqueiro, em Cubatão, com destino à São Vicente, pelo Mar Pequeno. No mesmo dia, foi da Ilha Caraguatá, em Cubatão, até o Parque Continental, na Área Continental de São Vicente, pelo Rio Mariana.
Na quarta-feira, o trajeto foi no outro extremo da Ilha de São Vicente, com saída da Ponta da Praia, em Santos, e chegada em Bertioga, passando pelo Estuário e pelo Canal de Bertioga.
Em ambos os roteiros, foi possível constatar belezas naturais intocadas em contraste com ocupações desordenadas em áreas de manguezais. Obstáculos à navegação mostraram que, antes de serem instaladas, as hidrovias demandarão investimentos e mais intervenções do homem na natureza.
Nas duas viagens, a impressão é de que o percurso por água é mais rápido que o rodoviário. Navegando pelo Rio Mariana, encontramos Gerson Petrolino, de 46 anos, que confirma a tese. Pescador, ele mora em uma palafita à beira do rio, numa comunidade no fim do Parque Continental (Nova Mariana).
Sempre que tem de ir a Santos ou Cubatão, paga R$ 3,75 pela passagem, fora a paciência para esperar o coletivo. "Se houvesse transporte por barco, economizaria tempo e dinheiro".
No barco guiado por Joel Escobar, o trajeto entre o Jardim Casqueiro e a Área Continental de São Vicente dura 15 minutos. Mas não é assim tão simples. Para o secretário de Meio Ambiente de Cubatão e proprietário da Náutica da Ilha, Daniel Lozada, antes de receber transporte diário, o Rio Casqueiro e a foz do Pompeba precisariam ser dragados. "Há bancos de areia e de mariscos selvagens".
Já o sinuoso Rio Mariana exigiria, para Escobar, retificações de curso. No trajeto, contamos mais de dez curvas sequenciais bem fechadas, que deram muito trabalho ao barqueiro. "É preciso diminuir a velocidade e navegar pela margem que permite fazer a curva mais aberta, para não encalhar", afirma.
No Mariana, as dificuldades foram compensadas pelo espetáculo dos guarás-vermelhos em revoada. No restante da viagem, não tivemos a mesma sorte. Logo notamos que pontes e viadutos também podem ser obstáculos à navegação, como no trajeto entre Cubatão e Parque Bitaru, pelo Mar Pequeno.
Com maré alta, o gabarito (vão entre a ponte e o rio) da Ponte A Tribuna (dos Barreiros) é de apenas três metros, o que pode inviabilizar tráfego de carga, passageiros e turistas. Há o mesmo na Ponte da Via Anchieta sobre o Rio Casqueiro.
Canal de Bertioga
Com águas calmas e largura significativa, o Canal de Bertioga apresenta melhores condições de navegabilidade. Bastaram apenas uma hora e dez minutos em um pequeno barco de alumínio com motor de popa para percorrer o trecho entre a Ponta da Praia, em Santos, e a barra de Bertioga.
Do Estuário até Caruara, 50 minutos. Exceto nos trechos portuários, onde ventos e correntes sacudiram o barco, a viagem foi tranquila. No Canal de Bertioga, a beleza dos manguezais impressiona, assim como as tainhas exibidas e saltitantes.
Cerca de dois quilômetros adiante, em Monte Cabrão, foi preciso cuidado extra para não encalhar com a grande quantidade de bancos de areia e de vegetação submersa. Passamos por várias marinas antes de chegar ao Forte de Bertioga.
Por todo o trajeto, havia pescadores amadores e profissionais. Alguns deles dizem temer a possibilidade de que a navegação seja mais intensa: o maior tráfego de embarcações e a poluição da água poderiam espantar peixes, sua fonte de renda.
No retorno a Santos, próximo à Base Aérea, um susto. Sentimos uma pancada no motor do barco. Estávamos por cima de várias pedras e a uma profundidade muito pequena. Com cuidado e usando os remos, saímos sem maiores problemas.
Pesquisa deverá custar R$ 1,5 milhão
O coordenador da Câmara Temática Especial do Sistema Hidroviário Regional no Condesb e secretário municipal de Assuntos Portuários de Santos, SérgioAquino,afirmaquealicitação para contratação da empresa responsável pelo estudo de viabilidades técnica, econômica e ambiental do complexo hidroviário está condicionada à redação do Termo de Referência (TR) sobre o assunto.
O documento vai balizar o que deve constar no estudo. "Estamos consolidando o que já foi objeto de análise da Codesp para reduzirmos o nosso custo".
A expectativa é que em duas semanas o TR esteja pronto. Ainda não há estimativa de custo, mas, segundo o relatório apresentado pela Codesp no ano passado, a previsão é que o investimento chegue a R$ 1,5 milhão. Até o momento, das seis empresas sondadas, cinco demonstraram interesse em participar da concorrência.
Só após o estudo será possível indicar quais rios e canais podem ser aproveitados. As decisões vão depender de análises de profundidade e largura dos corpos d'água e de demanda de cada traçado.
Em um seminário de 2011, com representantes dos municípios, Governo do Estado, Ministério Público e autoridades ambientais, algumas propostas foram apresentadas. "Santos, por exemplo, sugere as ligações hidroviárias entre Zona Noroeste e o Centro e entre Centro e a Área Continental", lembra Aquino.
Outras alternativas são as ligações entre São Vicente e Cubatão e de Bertioga a Santos. O estudo deverá apontar interferências, como pontes baixas, curvas acentuadas, trechos de baixo calado e soluções técnicas.
Experiente nas águas do litoral da região, Alcides Lopes, comandante de uma das escunas que fazem passeios turísticos a partir da Ponta da Praia, em Santos, lembra o quanto a geografia local tem mistérios.
"Há pontos, como o Largo do Candinho, perto de Caruara, no Canal de Bertioga, que são perigosos. São trechos largos. Parecem profundos, mas, na maioria de sua extensão, são rasos". Outro obstáculo é a ponte da linha férrea, próximo à Base Aérea. "Algumas escunas, como a minha, não passam por causa do mastro".
Projeto é antigo. E o barco virou
As tentativas de introduzir o modal hidroviário na região não são novas. A ex-prefeita Telma de Souza (1989-1992) já havia tentado a ligação entre Zona Noroeste e Centro, sem êxito.
Em 2009, as prefeituras de Cubatão e São Vicente chegaram a anunciar um estudo para ligação hidroviária entre os dois municípios. Em novembro daquele ano, foi realizada uma viagem de barco pelo trajeto, que poderia atender inicialmente moradores de São Vicente que trabalham no Polo Industrial de Cubatão. Uma colisão entre dois barcos fez com que uma das embarcações virasse, derrubando na água jornalistas que acompanhavam o percurso.
De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura de São Vicente, a iniciativa agora está sendo tratada no Condesb.
Para o engenheiro e coordenador do relatório realizado pela Codesp sobre o complexo hidroviário regional, José Antonio Marques Almeida, o Jama, o viés hidroviário de passageiros deve ser uma consequência de um projeto feito para movimentação de cargas.
"Quem disser que há viabilidade econômica em hidrovias para pessoas está fazendo picaretagem com o povo", acusa. Segundo Jama, essa é uma logística que tem de ser desenvolvida na região. "Trata-se de um projeto muito caro e com tempo de implantação estimado em 20 anos", calcula o engenheiro.
Conselho de Desenvolvimento realiza estudo sobre sistema hidroviário na região
A Câmara Temática Especial de Sistema Hidroviário do Condesb (Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista) apresentou o Termo de Referência para estudo da viabilidade técnica para utilização de rios e canais da região para o transporte de passageiros, de turismo, de carga e de resíduos urbanos.
O Termo de Referência estabelece a contratação de empresa para realização de estudo de viabilidade técnica na rede hidroviária. O documento deverá indicar gargalos, propondo obras, incluir um plano diretor de investimentos a curto e médio prazos, indicando também tipos de embarcações e sugestões de tarifas.
A estimativa do gasto com o estudo é de R$ 2,5 milhões e a previsão de término é de sete meses.
INTEGRAÇÃO
Para o presidente do Condesb, o prefeito de Mongaguá Paulo Wiazowski (DEM), o estudo será tratado com extrema importância pelo órgão. “Temos que usar a questão geográfica da região para desafogar o transporte rodoviário. Também deve ser pensada a questão da integração entre os dois sistemas, o hidroviário e o rodoviário”, ressaltou.
MEIO AMBIENTE
Ainda na reunião, o prefeito de Bertioga Mauro Orlandini (DEM) pediu a palavra para levar ao conhecimento do Condesb um pedido de retratação feito ao jornal ‘O Estado de S.Paulo’. O periódico divulgou reportagem sobre um empreendimento que está sendo viabilizado no município. O jornal, na visão municipal teria criticado a possível aprovação das obras que poderiam desagradar o meio ambiente da cidade. “Precisamos zelar pela imagem dos municípios da região e mostrar que estamos unidos”, comentou Orlandini.
Abaixo, imagens da 1ª versão do São Vicente Alternativa na internet entre 2003 e 2013
COMENTÁRIOS:
Se fossem construídos os piers para atracação e sem o dedo do estado (EMTU), barqueiros autonomos com certeza se proporiam a fazer esse transporte aquaviário utilizando em princípio, embarcações leves onde necessário, e se raza ou não a lâmina d'água, encontrariam os caminhos para implementá-lo.
E, que as infraestruturas metropolitanas da Baixadas Santista sejam resolvidas aqui e não por figurões em São Paulo totalmente alheios às nossas demandas.
Do governo do Estado, somente as liberações dos recursos.
JSF