Dia 28 de abril de 2005 foram completados 96 anos da circulação do primeiro bonde elétrico entre Santos e São Vicente. A viagem inaugural começou às 10 horas na Rua São Leopoldo esquina com São Bento em Santos, passou pela Avenida Ana Costa, praia do José Menino, praia do Itararé e terminou no porto Tumiaru (final da Av. Capitão-Mór Aguiar em São Vicente).
Os bondes elétricos da City of Santos Improvements Co., sucederam os bondes puxados por burros que duraram de 1873 a 1909. A etapa seguinte, em novembro do mesmo ano, foi a implantação de um outro tipo de veículo: os bondes ainda tinham tração animal, mas corriam sobre trilhos de ferro tornando as viagens mais rápidas e confortáveis. A empresa que implantou o sistema era de Jacob Emmerich e Henrique Ablas, que, em 28 de outubro de 1875 fizeram mais uma inovação: uma linha de bitola larga entre Santos e São Vicente. No trecho final da viagem (hoje Av. Antonio Emmerich), os burros eram substituídos por máquinas a vapor.
A primeira linha urbana de bondes em São Vicente foi inaugurada em 1902 por João Éboli. Três anos depois, a Câmara autoriza a Cia. Carril Vicentina a explorar uma linha de bondes de tração animal entre o porto Tumiaru e o José Menino.
Casamentos e enterros - O uso do bonde estava tão disseminado nessa época que havia bondes especiais.Os destinados a festas e casamentos eram enfeitados com cetim branco, flores de laranjeira e eram puxados por parelhas de cavalos normandos. Para os enterros, os carros levavam crepe negro e eram conduzidos por duas ou três parelhas de cavalos também, negros, empenachados e cobertos por xaréus. Haviam ainda bondes destinados ao transporte de cargas, encomendas e o bonde socorro para acidentes.
FONTE: Boletim do IHGSV
Vide à esquerda, no índice, Fotos Bondes.



Término nos bondes:
Novembro de 1964, circulam pela última vez os bondes das linhas “via praia” o 2, 13, 22 e o 32 continuando o bonde 1 pelo matadouro.
Junho de 1966 circula o último bonde da linha 1. Termina com ele toda a história dos bondes em São Vicente.
Fonte: Boletim IHGSV
No Brasil as palavras
tramway e
railway inicialmente foram utilizadas na forma original, e quando traduzidas resultaram em várias designações, utilizadas como sinônimos para designar a via permanente (a linha).
CAMINHO DE FERRO |
CARRIL DE FERRO |
ESTRADA DE FERRO |
ESTRADA FÉRREA |
FERROCARRIL |
FERROVIA |
LINHA FÉRREA |
VIA FÉRREA |
Vejamos o significado original das mesmas:
TRAIN |
= Linha contínua (trilhos) para carros acoplados (vem do Francês). |
CARRIL |
= Trilho, sulco deixado no solo pelas rodas de um veículo. |
RAIL |
= Trilho, calha, carril. |
TRILHO |
= Trilha, caminho. |
TRILHA |
= Caminho, vestígio, rastro. |
TREM |
= Carruagem ou conjunto destinado a um determinado fim. |
TRAMVIA |
= Linha de bonde elétrico (linha + rede elétrica). |
A DIFERENÇA ENTRE UMA LINHA DE BONDES, E UMA LINHA FÉRREA.
O Governo do Império do Brasil decretou uma Lei, estabelecendo que quando um Carril de Ferro serve a um só município, seria considerado uma linha de tramway (bonde), e caberia exclusivamente à Municipalidade local o direito de legislar a respeito.
Quando um Carril de Ferro serve a dois ou mais municípios, tendo em cada município pelo menos três quilômetros de via permanente (linha), passa a ser considerado uma ferrovia, cabendo ao Governo da Província (Estado da Federação) legislar a respeito.
Obs: Quando uma linha de Bondes por entroncamento ligar-se a uma via férrea, será do mesmo modo considerada uma Estrada de Ferro Estadual.
Obs: A República decretou a Lei nº 30, de 13 de junho de 1892, referendando a Lei Imperial, e perpetuou a mesma definição.
ETIMOLOGIA DA PALAVRA BONDE.
A palavra bonde surgiu em 1879, sua origem se deve ao fato de que na época a passagem do Carril de Ferro custava 200 Reis, mas não existiam moedas ou cédulas deste valor em circulação. Em vista disso, a empresa teve a idéia de emitir pequenos cupons (bilhetes), em cartelas com cinco unidades, ao preço de um mil reis, cuja cédula circulava em grande quantidade.
Os bilhetes (ricamente ilustrados) impressos nos Estados Unidos, foram logo denominados pela população como bonds (bônus, ação). A própria empresa denominava bond aos cupons, por entender que realmente representavam o compromisso assumido de, em troca, transportar o portador em um de seus veículos. Os bilhetes também eram utilizados como troco, e podiam ser convertidos em moeda corrente nos escritórios da empresa, ou ser utilizados em futuras viagens.
Na mesma época o Governo havia emitido e vendido na Europa ações ricamente ilustradas, conhecidos no exterior como bonds. A imprensa noticiou a emissão destes bonds como um escândalo, os jornais criticavam os bonds em manchetes, o fato foi muito contestado pela imprensa. O povo associou os bonds aos bilhetes dos carris de ferro. E passou a denominar os bilhetes, e ao veiculo do carril de ferro urbano, como bond, designação que se consagrou com o neologismo "Bonde".
Em seqüência, o povo começa a denominar os trolleys como tramway e/ou bonde. Trolley significa um veículo (gôndola), com rodas de ferro que se deslocam sobre trilhos, ou deslizam sobre cabos de aço. E assim teleféricos passaram a ser bondes ou bondinhos (Ex. Pão de Açúcar).
Funiculares passam a ser tramway, bondes ou bondinhos: (Ex. Nova Cintra, Monte Serrat).
Portanto no Brasil a palavra TRAMWAY, dependendo da época, e do contexto, pode designar:
1º) Os trilhos de uma linha de bondes.
2º) O conjunto do bonde e a linha.
3º) Um veículo Bonde.
4º) Uma ferrovia urbana com locomotivas.
5º) Um plano inclinado, ou funicular.
6º) Um teleférico.
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A maior extensão de linhas por habitante
Em 1917, Santos possuía a maior extensão de linhas de bonde por habitante em toda a América do Sul: um quilômetro para cada 1.350 pessoas. Em 1919, a City começou a fabricar seus próprios bondes em suas oficinas da Vila mathias, construindo nesse ano uma locomotiva elétrica, a primeira a ser produzida no Brasil.
Em 1928, a São Paulo Trailway, Ligtht and Power Co. adquire o controle acionário da City e, em 1929, começa a fabricar carros maiores, de 60 passageiros, iguais aos importados. Esses bondes tinham uma maior potência e permitiram o aproveitamento dos velhos bondinhos de tração animal, que passaram a ser utilizados como reboques através de um simples engate, principalmente nos horários de maior movimento. Os reboques foram usados em Santos até os últimos dias dos bondes.
http://dapraiadesantos.blogspot.com.br/2011/06/historia-dos-bonde.html
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