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São Vicente / SP , 14 de março de 2025.
Quanto mais pessoas divulgarem, outras salvarem e também divulgarem, mais as imagens e acontecimentos históricos serão preservados. Aqui, minha contribuição e das fontes colaboradoras para que isso aconteça. – Jorge S. Filho
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16/03/2013
Passado
PORQUÊ SÃO VICENTE NÃO POSSUI UMA HISTÓRIA CONCRETA
A história de uma cidade é baseada no que está documentado. Muitas das cidades do nosso país têm uma história concretizada, porque possuem hoje seu material para servir de base à escrita histórica. Já com a cidade de São Vicente não acontece a mesma coisa. Por motivos diversificados, perderam-se por várias épocas, documentos importantes que confirmariam hoje suposições e tirariam dúvidas de diversos historiadores e pesquisadores. Aqui estão relacionados os ocorridos que sabemos.
Em 1536, Mosquera, invade a vila de São Vicente para saquear e, entre outros ocorridos, levou o livro de Tombo da cidade, onde eram registrados e arquivados os acontecimentos da povoação.
Outro desastre foi em 1542, quando houve o primeiro maremoto que cobriu a vila de São Vicente, e neste foram destruídos por completo os registros civis e também paroquiais.
Depois destas duas ocorrências, começou uma nova organização do arquivo, juntando o que havia restado das duas ocorrências, catalogando com os que vinham surgindo.
Não tardou muito, e em 1591, o famoso pirata Thomas Cavendish, invade as vilas de Santos e São Vicente, ateando fogo ao que via pela frente, e mais uma vez não foram poupados os registros que haviam da cidade e queimou-se toda a documentação histórica disponível.
A partir deste ataque, a ilha de São Vicente foi fortificada para não ter maiores surpresas.
Então, um Juiz Ordinário da vila, de nome Manuel Vieira Colaço, responsável pelo cartório vicentino (que ficava na câmara), teve um acesso de loucura por lhe ter sido recusada a mão em casamento de D. Margarida Carvalho da Silva, ateou fogo aos livros de tombamento da cidade e em papéis antigos importantes. Segundo relatos da época, o fogo ficou ardendo durante três dias.
Anos depois deste ocorrido, outro secretário (do qual não se sabe o nome), responsável por mesmos documentos, e que era fogueteiro de profissão, não teve dúvidas em começar a utilizar os documentos sob sua guarda, no fabrico de bombas e foguetes, e, por mais uma vez, se perderam os registros de uma fase da história da primeira Vila do Brasil.
Mas, apesar de todas essas catástrofes, ainda restaram alguns documentos do passado de São Vicente. Só que pouquíssimos estão na própria cidade. Encontramos muitos deles em outros locais como Santos (Diocese), na Europa (Torre do Tombo em Portugal), no Instituto Histórico de São Paulo, na Biblioteca Nacional e em diversas localidades. Além de, infelizmente, muitos estarem nas mãos de particulares, que negam a verificação e o estudo de tais.

FONTE: Boletim do IHGSV - por Paulo Ricardo Vieira

Ruy Garcia de Moschera

Muito pouco se sabe sobre sua vida na Europa. Embarcou na expedição de Sebastião Caboto e chegou à região do baixo Rio Paraná onde participou da fundação do Fortim Sancti Spiritus em 1527, onde foi feito capitão. Quando esse forte foi destruído havia saído com outros quarenta soldados espanhóis para buscar alimentos nas redondezas e, ao voltar, encontrou o restante dos colonizadores mortos, no que decidiu viajar margeando a costa até chegar a capitania de São Vicente por volta do ano de 1532 .
Instalado em Iguape e. sabendo da expedição de Pero de Gois ordenada por Martim Afonso para desocupar o local, Moschera e o bacharel, apoiados por duzentos indígenas flecheiros, capturaram um navio corsário francês que, pouco antes, aportara em Cananeia em busca de provisões, apoderando-se de suas armas e de suas munições. Após vencerem as forças portuguesas quando morreu Pero de Gois, 
Em contrapartida, entre os anos de 1534 e 1536, ao lançar um contra-ataque que ficou conhecido como a Guerra de Iguape, as forças de Moschera e do Bacharel, destruíram a vila de São Vicente, matando a maior parte da população, libertando os prisioneiros e incendiando o cartório onde estavam os registros oficiais da vila, levando inclusive o Livro do Tombo, fonte oficial de informações. Após os ataques, ambos teriam fugido para a Ilha de Santa Catarina e Moschera retornado ao Rio da Prata enquanto o Bacharel, para Cananéia.

 

Destrucción del fuerte Sancti Spiritu. Ilustración del libro Viaje al Río de la Plata de Ulrico Schmidl.


 
 
Rute Perjalanan Thomas Cavendish Mengelilingi Dunia, ou simplesmente, Thomas Cavendish
 
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Embriagado pela vitória na invasão de Santos no dia 25 de dezembro de 1591, ordenou a parte de seu exército atacar, por terra, a vila de São Vicente, além de todos os engenhos que encontravam pela frente, pilhando e incendiando, igualmente o vizinho povoado, deixando atrás de si um rastro de ódio e pavor.
Após dois meses, Cavendish, partiu, mas, ainda assim retornaria um ano depois para tentar repetir a façanha. Porém, desta segunda vez se deu mal. Calejados com o que ocorrera em dezembro de 1591, os santistas reuniram um exército formado por colonos e índios e acabaram massacrando 25 ingleses que chegaram a desembarcar em terra para intimidar os locais. Em suas falhas e lacunas, os detalhes sociais daqueles momentos difíceis e tampouco sobre os atos de heroísmos protagonizados por homens, que, refugiados a princípio, acabaram surgindo mais tarde, acompanhados de agregados indígenas e gente do lado vicentino, promovendo emboscadas contra os piratas, chegando a matar alguns dos invasores.
 
Cavendish, àquela altura desmoralizado por somar algumas derrotas no Estreito de Magalhães, acabou indo embora do litoral santista, para nunca mais voltar.
O corsário inglês morreria quando tentava voltar à Inglaterra, depois de tentativas de saques frustradas em Vitória do Espírito Santo e na Ilha Grande (RJ)


Fontes:
Memória Santista
wikipedia



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