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São Vicente / SP , 14 de março de 2025.
Quanto mais pessoas divulgarem, outras salvarem e também divulgarem, mais as imagens e acontecimentos históricos serão preservados. Aqui, minha contribuição e das fontes colaboradoras para que isso aconteça. – Jorge S. Filho
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09/01/2013
História de São Vicente
PADRE JOSÉ DE ANCHIETA

 


Jesuíta, espanhol (1534 – 1597), com cultura adquirida em Portugal.
Veio ao Brasil na expedição de Duarte da Costa, tinha apenas 19 anos.
No Brasil foi evangelizador, mestre-escola, poeta, enfermeiro e grande vulto dos tempos coloniais. Teve participação na Fundação de São Paulo, no Tratado de Iperoig na luta de Estácio de Sá contra os franceses e em muitos outros acontecimentos do período colonial.
Percorreu diversas capitanias, deste Itamaracá (Pernambuco) até São Vicente.


Fonte: Boletim IHGSV


A FIRMEZA E A DOÇURA DE PADRE ANCHIETA


Padre Anchieta, o apóstolo dos Gentios, morreu em 9 de junho de 1597, em Reritiba, no Espírito Santo, aos 64 anos de idade, depois de 44 anos dedicados ao Brasil e 12 a São Vicente.
Anchieta chegou à nossa cidade no dia 24 de dezembro de 1553, iniciando o trabalho de catequese que escolheu como missão de vida ao ser obrigado a deixar o Colégio de Jesuítas de Coimbra e vir para o Brasil. Solicitado a escrever sobre o grande apóstolo, Domingos Pardal Braz, apresentou abaixo a cronologia dos principais fatos de vida desse homem que dedicou mais da metade de sua existência a uma terra selvagem, inóspita, que havia sido descoberta há pouco mais de 50 anos e estava em processo inicial de colonização.

1534 – É fundada em Paris a Sociedade de Jesus. Nasce José de Anchieta, na ilha de Tenerife, arquipélago das Canárias, Espanha, filho de José de Anchieta e D. Mencia Dias de Clavijo e Llarena. Era o terceiro entre dez irmãos.

1551 – Ingressa no Colégio dos Jesuítas de Coimbra, Portugal, onde ficara até 1553. Lá recebe o apelido de canário, devido à sua procedência e à facilidade no estudo de línguas.

1552 – Anchieta cai de uma escada no colégio oque o tornará corcunda e trôpego.

1553 – A moléstia se agrava, as dores tornam-se mais agudas, principalmente na região da bacia, e o s passos ficam mais lentos. O padre Simão de Lucena convoca uma junta médica que dá a sentença. “Só uma completa mudança de ares poderá restabelecê-lo”. Em maio, na foz do rio Tejo, embarca para o Brasil, na comitiva do terceiro governador-geral, D. Duarte da Costa. Algumas horas após o embarque, já sente certa melhora. Durante o trajeto, se destaca ajudando na cozinha e na limpeza da nau. No dia 13 de julho Anchieta chega a Salvador, Bahia. Em setembro toma um navio e desce a São Vicente, para colocar-se sob as ordens e o Padre Manuel da Nóbrega. Durante a viagem uma tempestade quase afunda o navio, atrasando a chegada por dois meses. José de Anchieta pisa pela primeira vez em São Vicente no dia 24 de dezembro.

1554 – São fundados, no dia 25 de janeiro, o colégio e a vila de Piratininga, ou seja, a atual metrópole de São Paulo. Anchieta fica ali até meados de 1563, destacando-se na catequese e na assistência aos índios, em especial às crianças, e na construção de um caminho que ligue Piratininga a São Vicente, o assim chamado Caminho do Padre José.

1563 – Desce a São Vicente em março para ir a Iperoig com o padre Manuel da Nóbrega, onde pretendem negociar a paz entre os índios tamoios, instigados pelos franceses e os tupis, apoiados pelos portugueses. Viajam para Iperoig no dia 18 de abril em um barco conduzido por José Adorno (1500 – 1603), chegando em 5 de maio. Foram recebidos pelos tamoios com visíveis provas de hostilidade. Rezam a primeira missa em Iperoig no dia 9 de maio. Um mês depois quase são mortos pelo feroz Paranapuçu, filho de Pindobuçu, que vendo sua devoção, desiste do intento; Manuel da Nóbrega regressa a São Vicente em 21 de junho, mas Anchieta só volta de Iperoig no dia 22 de setembro, depois de três meses de cativeiro durante o qual compôs seu admirável “Poema à Virgem”, constando de 4.172 versos referentes às prerrogativas da Nossa Senhora.

1564 – No dia 11 de março viaja para a Guanabara, com Nóbrega.

1565 – Dia 31 de março vai para a Bahia para ser ordenado sacerdote.

1567 – Retorna para a Guanabara em 18 de janeiro. No dia 5 de dezembro é nomeado superior das casas de São Vicente e São Paulo.

1577 – Anchieta regressa à Bahia.

1578 – É nomeado provincial, governando com firmeza e doçura até 1585, quando renuncia.

1586 – Passa ao Colégio do Rio de Janeiro. Vai para Reritiba, no Espírito Santo.

1592 – É nomeado visitador-geral, renunciando em 1594.

1595 – Obtém licença para residir onde quisesse, mas não usa o privilégio, por humildade.

A MORTE DE ANCHIETA – No dia 9 de junho de 1597, Anchieta dirigiu-se à cozinha do instituto onde trabalhava para preparar um remédio para certo doente, mas cai prostrado de exaustão. Doente, recebe os últimos sacramentos, entra em coma e pouco depois morre placidamente. Tinha 64 anos, 44 dos quais dedicados à nossa terra e 12 à nossa cidade, São Vicente. É sepultado no dia 13 na capela de São Tiago, em Vitória.
SUAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS: Branco, cabelos castanhos escuros, olhos azuis, rosto fino, traços delicados, magro, estatura mediana e ligeiramente corcunda.

FONTE: Boletim do IHGSV

 

ANCHIETA:

Pedido de canonização vem da época do império.
A Princesa Isabel participou do Movimento do Episcopado Brasileiro, para conseguir do Papa Leão XIII a canonização de Anchieta, que viveu em São Vicente algum tempo.
O fato é narrado por Maria Adelaide Flexa Daltro Barreto, em seu livro “A Rosa de Ouro”.
Em carta enviada ao Santo Padre, a Princesa registra seu pedido: “Santíssimo Padre, à presença de Vossa Santidade levam os Bispos deste Império uma súplica que, possa dizer, não é exatamente sua”. Pedem a canonização do Padre José de Anchieta e eu a eles me uno para obtê-la de Vossa Santidade. A vida desse missionário, tão cheia de atos de caridade heróica e de milagres, não é conhecida somente no Brasil, mas aqui onde ele derramou os benefícios da sua palavra e do seu exemplo, é mais viva do que em qualquer outra parte a memória de suas virtudes, e daí vem a esperança que todos nutrem de ver atendida pelo Chefe da Igreja a rogativa daqueles Prelados. Queira, pois, Vossa Santidade resolver que é lícito aos católicos brasileiros venerarem em seus altares a imagem de tão santo varão.
Queira também Vossa Santidade lançar sua apostólica bênção sobre mim e sobre minha família e sobre a Nação Brasileira.
De Vossa Santidade muito obediente filha, Isabel, Princesa Imperial Regente.”.

O Padre José Anchieta foi canonizado pelo Papa Francisco. Após mais de 400 anos. de espera, José de Anchieta foi elevado aos altares e declarado santo pelo Sumo Pontífice no dia 2 de abril, no Vaticano.  Considerado o “Apóstolo do Brasil”, ele foi beatificado em 22 de junho de 1980 pelo Papa João Paulo II.
A canonização de José de Anchieta já é esperada com muita expectativa pelos devotos e pela Companhia de Jesus, a qual o beato pertenceu.



 
José de Anchieta

Nascido em Tenerife no Arquipélago das Canárias (Espanha) em 19/3/1534, e falecido em 9/6/1597, em Reritiba (hoje município de Anchieta), Espírito Santo.

Irmão e depois padre jesuíta, José de Anchieta ingressou na Companhia de Jesus em 1/5/1551. Depois de um grave acidente, quando uma pesada escada caiu sobre suas costas, afetando sua coluna e deformando-o permanentemente, foi aconselhado a viajar para o Brasil, tendo embarcado em 8/5/1553, juntamente com mais seis missionários, chefiado pelo padre Luiz da Grã, na frota que transportava o novo governador-geral D. Duarte da Costa. Chegou a Bahia em 13 de julho e lá pouco se demorou, seguindo, com outros, para São Vicente, onde desembarcou as vésperas do Natal. Aguardava-os o padre Manoel de Nóbrega, então empenhado na construção de um colégio no alto da serra em Piratininga.

Em princípios de janeiro, para a execução da mesma, enviou ao planalto 13 religiosos, entre os quais o irmão Anchieta. Na manhã de 25/1/1554, por designação de Nóbrega, o padre Manoel de Paiva celebrou, a primeira missa, na inauguração do Colégio de São Paulo de Piratininga. José de Anchieta, então um noviço de 19 anos, participou da missa como sacristão.

Na humilde choupana onde se instalara ao mesmo tempo escola e casa dos jesuítas, Anchieta foi o primeiro mestre de latim, por indicação do padre Nóbrega e também seu amanuense; ensinando os seus colegas noviços da Companhia de Jesus e somente depois na catequese e das primeiras letras aos aborígines, além dos filhos dos colonos e aos noviços. Dos índios aprendia a língua tupi, da qual, após seis meses, compôs uma gramática, impressa em Coimbra, Portugal, em 1595, sob o titulo Arte da Gramática da Língua Mais Usada na Costa do Brasil.

Exerceu também as funções de enfermeiro, no lugar do irmão Gregório Serrão e como barbeiro. Curou muitos índios que estavam à beira de morte, vítimas de enfermidades que assolavam a povoação. A seguir escreveu os Diálogos da Fé, em tupi, método novo para a aplicação da doutrina.

Em 1555, voltou a São Vicente e, em 1556, viajando o padre Manoel de Nóbrega para a Bahia, deixou-lhe a cargo escrever cartas de edificação e de notícias para a Companhia de Jesus na Europa. Após seis anos de permanência em São Vicente, Anchieta enviou ao Prepósito Geral Diego Laynes em Roma, em 31/5/1560, um extraordinário estudo sobre a fauna e a flora, o que lhe fora dado ver na "parte do Brasil que se chama São Vicente".

Em 11/4/1563, acompanhou o padre Nóbrega em sua jornada pacificadora junto aos índios Tamoios de Iperoig (entre São Sebastião e Ubatuba), ficando na desejada paz. Durante sua estada no local, entre ameaças, lutas e tentações, compôs 5.786 versos, que formam o célebre Poema em Louvor da Virgem Nossa Senhora. Posteriormente embarcou para o Rio de Janeiro e, a seguir, para a Bahia onde, em 1566, foram-lhe conferidas as ordens sacras (padre) pelo bispo D. Pedro Leitão. Regressando para o sul, auxiliou Estácio de Sá na expulsão dos franceses do Rio de Janeiro. Permanecendo até 1569, quando foi nomeado reitor do Colégio de São Vicente, e das casas anexas, missão que se prolongou até 1578, ano em que foi elevado a Provincial do Brasil, o mais importante cargo entre os jesuítas.

Na Bahia desenvolveu grande atividade, fundou o Colégio dos Jesuítas e, no Rio de Janeiro, a igreja e o Hospital da Misericórdia. Ao iniciar-se o ano de 1586, sentindo-se muito enfermo, entregou nas mãos do visitador Cristóvão Gouveia o cargo de provincial. Em 1593, recebeu ordens para que assumisse a direção da Casa de Espírito Santo, a que se subordinavam as aldeias de Reritiba, Guarapari, São João e Reis Magos.

Faleceu em Reritiba, hoje Anchieta, no Espírito Santo. Seu corpo foi transladado para Vitória onde foi sepultado. Cognominado Apóstolo do Novo Mundo, são-lhe atribuídos inúmeros milagres. Escreveu grande número de hinos e canções sacras para os meninos indígenas, diversos autos, nas línguas tupi, castelhana e portuguesa, escreveu a Vida dos Religiosos da Companhia dos Missionários do Brasil e uma Dissertação sobre a História Natural do Brasil, o que lhe valeu ser considerado o fundador da Literatura Brasileira. Foi beatificado solenemente no Vaticano pelo Papa João Paulo 2º no dia 22/6/1980, e a igreja existente no Pátio do Colégio, em São Paulo, é em sua homenagem.
http://www.al.sp.gov.br/geral/noticia/noticia.jsp?id=354963
 
 


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