Nosso Santo Padroeiro
A primeira imagem é uma escultura em calcário, da autoria do grande escultor Nicolau Chanterene. Encontra-se numa das portas da Igreja do mosteiro dos Jerônimos em Lisboa e data de 1517. A segunda, é uma escultura de madeira do século XVI de uma coleção particular de Lisboa.
Na arte portuguesa, São Vicente Mártir é quase sempre representado como jovem, com as vestes de Diácono, segurando uma nau com dois corvos. Algumas narrativas plásticas incluem ainda a característica palma do martírio e o molho de cordas. Pode eventualmente aparecer também com uma mó ou uma grelha, instrumentos do seu martírio ou também, se bem que raramente, com um cacho de uvas, ou uma tesoura de poda, pousando a mão sobre uma pipa de vinho, uma vez que também é o padroeiro dos vinhateiros. Entretanto, a mais usual é sua representação como jovem Diácono com a nau e dois corvos, vestido em diácono ou "levita" usando sempre a Dalmática.
Imagens e informações conseguidas por contatos com os gentis amigos portugueses Nuno Vasco e Manuela Silva, cujas moradas são do outro lado do Atlântico, Lisboa.
Abaixo, transcrita a história do santo conforme site oficial da cidade.
A história da origem do nome de São Vicente começou há muito tempo, no ano 325, na cidade espanhola de Huesca, uma então Província de Saragoza. Lá nasceu o jovem Vicente, padre dedicado que se destacava por seu trabalho, tanto que o bispo de Saragoza, Valério, lhe confiou a missão de pregador cristão e doutrinador catequético. Valério e Vicente enfrentavam, naquela época, o imperador Diocleciano, que perseguia os cristãos na Espanha. Os dois acabaram sendo presos por um dos homens de confiança do imperador, Daciano, que baniu o bispo e condenou Vicente à tortura. O martírio sofrido por Vicente foi tão brutal, a ponto de surpreender os carrascos.
Eles relataram a impressionante resistência do rapaz que, mesmo com gravetos de ferro entre as unhas e colocado sobre uma grelha de ferro para ser queimado aos poucos, não negou a fé cristã.
Ao final daquele dia 22 de janeiro, os carrascos decidiram matar-lhe com garfos de ferro, dilacerando-o completamente.
Seu corpo foi jogado às aves de rapina. Os relatos dão conta de que uma delas, um corvo, espantava as outras aves, evitando a aproximação das demais. Os carrascos decidiram, então, jogá-lo ao mar.
O corpo de Vicente foi resgatado por cristãos, que o sepultaram em uma capela perto de Valência. Depois, seus restos mortais foram levados à Abadia de Castes, na França, onde foram registrados milagres. Em seguida, foram levados para Lisboa, na Catedral da Sé, onde estão até hoje. Vicente foi canonizado e recebeu o nome de São Vicente Mártir, hoje santo padroeiro de São Vicente e de Lisboa. Desde então, o dia 22 de janeiro é dedicado a ele. Por isso, quando a expedição portuguesa comandada por Gaspar de Lemos chegou aqui, em 22 de janeiro de 1502, deu à ilha o nome de São Vicente, pois o local era conhecido, até então, como Ilha de Gohayó. Outro navegador português, Martim Afonso de Sousa, chegou aqui exatamente 30 anos depois, em 22 de janeiro de 1532. Ele foi enviado pela Coroa Portuguesa para constituir aqui a primeira Vila do Brasil e resolveu batizá-la reafirmando o nome do santo daquele dia, São Vicente, pois era reconhecidamente um católico fervoroso